É quando a sensação é ténue que eu mais te sinto. É quando a folha balança ao sabor do vento que eu me lembro. Lembro-me de todos os segredos, de todos os momentos. Eu sei que tu sabes. Sei que pressentes cada vez que eu lembro. Sei que te arrepias cada vez que eu sonho. Sei? Não sei bem se sei. Mas queria saber. O tempo tem destas coisas. Dizem que apaga, mas a mim manteve viva a chama. Não sei se é laranja, vermelha ou castanha. Não se apaga. Não se deixa consumir. O tempo fortalece-a. Oferece-lhe esperança. Pode ser inocência. A vontade que tenho não se altera. A partilha, a partilha que já não existe ou que está apenas esquecida. E a bruma? A bruma que não me deixa ver-te. Esconde-te, transforma-te numa sombra negra e feia. (Tens-me sentido?) Usas relógio, mas não queres saber. Ou então sou eu que quero pensar que tu não queres saber. Uso palavras repetidas, é verdade. Já reparaste como nos passou tanto tempo ao lado ? Sou só eu que te quero de volta? Sou só eu que...