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O que se Sente não se Consegue Dizer

De que me serve falar se: "O que habitualmente se sofre (se sente) não se pode contar. Não é só porque isso é normalmente ridículo (porque a grande maior parte do que se pensa e sente é ridículo) e só o que é grande é que cai bem e vale portanto a pena dizer-se. É que o dizer-se altera o que se diz. O sentir é irredutível ao dizer. Só o estar sofrendo diz o sofrer. Na palavra ninguém o reconhece ou reconhece-o de outra maneira, essa maneira em que já o não reconhece o que o conta. Mas dizia eu que a generalidade do que se pensa, sente, é ridícula. São raros os momentos de «elevação». A quase totalidade do tempo passamo-la distraídos, alheados em ideias sem interesse, nascidas de coisas sem interesse, as coisas que vai havendo à nossa volta ou no nosso divagar imaginativo ou que nem sequer chega a haver porque há só a abstracção total no quedarmo-nos pregados às coisas que nem vemos nem nos despertam ideia alguma e estão ali apenas como ponto de fixação do nosso absoluto vazio interior."
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'

Comentários

Anónimo disse…
Vergílio Ferreira: no comments..
O que se sente não se consegue dizer...Ou então estamos todos enganados...Espero bem que não...
Hoje já acordei com o sorriso estúpido! (Amen?)
Anónimo disse…
"Uma palavra grosseira, uma expressão bizarra, ensinou-me por vezes mais do que dez belas frases."

Denis Diderot

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