Mais uma vez gostava da imagem que via. Sentia que aquela representação, que surgia no branco da parede, suja pelo tempo, mostrava a realidade. Solidão. Era apenas ele e os seus cinco sentidos. Mas, se até já nestes colocava a dúvida, mais nada existia em que pudesse acreditar! Sentia que as verdade tinham ficado por dizer e que os passos que dava só mostravam, mais uma vez, o ser desprezível e imundo em que se tornara! Errara outra vez. O menino sabia-o, apesar dos sinais físicos de crescimento! A lua que partilhara em tempos tinha fugido por entre as suas grandes e trabalhadas mãos, em que até as feridas que apresentavam, não deixavam que estas perdessem a sua perfeição. Os grandes olhos, que transpareciam uma ternura enorme, tinham perdido toda a cor para se transformarem em algo opaco e frio... Relembrou a lua! Fez um esboço! Uma lua preenchida. Imensos relevos e pormenores . Cada traço que desenhava representava uma memória. Já não era a mesma. A Lua tinha-se transformado e a ...