Um calafrio acaba de me percorrer o corpo. Atravessa a minha pele como um Inverno gélido sem fim. E a noite, a noite entra pela minha janela.
O luar ilumina a folha onde escrevo. Está frio. Sinto os pêlos dos braços eriçados e tenho saudade dos braços confortáveis que já me protegeram.
Era sexta-feira. Estava deitada sobre a relva acabada de regar. Olhava o céu e as nuvens que por lá passavam. Queria tentar não pensar em nada, mas não consegui. Lembrei-me de tudo o que tinha acontecido nos últimos anos. Recordei a infância. Senti finalmente que podia sorrir. Estava tudo bem. O sofrimento já tinha passado. Os que me tinham abandonado já não me feriam. Sentia uma paz interior dentro de mim. Reparei que o sol brilhava. Estava um calor imenso. Escorreu-me uma gota de suor pela testa. Em tempos tivera uma sensação semelhante com uma lágrima. Agora não, estava feliz. Num momento de pura felicidade. Eu e a natureza. Ninguém mais.
Em tempos claro, porque agora a lua que vejo pelo vidro só reflecte a dor que sinto. Apago as velas. Fecho a janela. Ligo o aquecedor. Deito-me e enrolo-me sobre mim própria. A almofada ampara as lágrimas que vão escorrendo.
Sei que o que sinto agora é temporário. A relva vai ficar para trás e o meu corpo seguirá o seu caminho. Eu sei. O momento. Aproveito. Sou feliz. Aqui. Agora. O amanhã, não importa!
Comentários
Uhhhhh xD
isso cansa... sobretudo quando começamos a crescer!
sorry invasão tão analisada do teu blog. :p
"Oui Aujourd'hui, demain peut-être
Et nos coeurs sont des bulles"..
LOOOOOL
Hoje ouvi uma frase gira, n tem muito a ver com o post, mas inspirei-me, no sítio mais improvável:
rebelde...
era qualquer coisa tipo:
"Os adultos são arrogantes quando pensam que podem resolver todos os problemas dos jovens"
Pah...