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A mostrar mensagens de junho, 2009

Ele também o deve ser

E isto diz tudo, hoje.

Poema em linha recta Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que

Conversa profícua

Se o 1 é um número idiota, o 666 não lhe fica atrás. Se a esquerda é uma direcção idiota, nem falemos de seguir em frente. Se é idiota a imitação, a invenção também não o deixará de o ser. Se é chamada de idiota uma pessoa com ideias, a que não as tem também o é. E, se as rosas dizem coisas idiotas são, também elas, idiotas. Álvaro de Campos disse que "todas as cartas de amor são rídiculas e não seriam de amor se não fossem ridículas"(*). O mesmo se passa com a idiotice. Se tudo não fosse uma idiotice, nada seria. Mas o próprio nada é idiota. (*)- Peço desculpa por algum erro na citação.

Há coisas que não mudam...

Há coisas que variam na pessoa. Há coisas que variam no modo. Mas, essas coisas seguem-me desde cedo.

nothing else matters

Relacionar com post anterior: http://metaforadospensamentos.blogspot.com/2009/03/american-beauty.html

Peace

(but) where is the love?

sitdownandlisten

Porque vocês são os fortes. Eu sou a fraca. Porque os sentidos dispersam-se nas folhas que voam rentes ao chão num dia de Outono. O banco já não está ali. Agora restam os pedaços entrelaçados como fios de novelo. Os recomeços tornam-se árduos. O frio congela os corpos. As mãos roxas. A cara branca como cal. Vazio e vácuo. Desejei. Não tentei que as pedras fossem destruídas. Os amantes, com a face coberta por um ínfimo e fino tecido de seda. Sentiram-se. A rotina das partilhas estava concluída com um fim ainda por definir. As letras aglomeravam-se em palavras ditas, que nada diziam, ou a que não era atribuído um significado válido. Os odores dispersam-se nas brumas da memória. O medo habitava ali. A sencação do tacto espelhava-se no olhar. O sonho, o inconsciente. As construções com formas desconhecidas. As pirâmides invertidas. Os círculos sem raio. Os cubos sem arestas. O ser sem pele. As entranhas a descoberto. O corte. O líquido espesso a correr. O transparente a cair. Difusão de id

Angústia

Salvador Dalí

Ameno

Deixa que os pensamentos te levem estrada fora. Transforma as verdades absolutas em meras palavras e, liberta-te. Procura o mar e a areia. Corre se tiveres sozinho. Partilha se tiveres companhia. Mas, nunca deixes de correr e sentir a brisa...

Alone

"Adeus Já fui para além da vida Do que já fui tenho sede Sou sombra triste Encostada a uma parede Adeus, Vida que tanto duras Vem morte que tanto tardas Ai, como dói A solidão quase loucora. "

Não é bem "Os Amantes" de René Magritte, mas...

Para todos vós...

Não sei se tenho pena de não saber expressar o que penso sobre tal assunto. Não sei se tenho pena de passar duas horas a ouvir alguém falar. Não sei se tenho pena de estar aqui, com tanto para pensar. Não sei se tenho pena de ter que mudar. Mas não tenho pena alguma de ter que viver, mesmo que com isso o verbo predominante seja o perder...

Apontamento IV

Hoje vi uma cena digna de fotografia. Era um velho. Cara enrugada, roupas desconcertadas, cabelos brancos, com bengala. Sentado num banco à beira da estrada. Um daqueles bancos comuns, verdes, desgatados com o tempo. Fitava os carros que passavam, seguro à bengala. Quando passei, cruzei o meu olhar com o dele. Ele, com todo a sua sabedoria e eu, tão pouca sabedora daquilo a que chamamos vida. Continuo sem perceber. Por mais que pense, e penso muito nisso. Os momentos não têm compensado o tempo que gasto neles. As pessoas não têm compensado as acções que já pratiquei por elas. Eu própria não tenho compensado tudo aquilo que já gastei comigo. Continuo a não saber lidar com o outro. Continuo a ter relações tempestuosas. Depois deste pensamento, ele continuava ali no seu banco. À espera que o tempo passasse. Talvez a mim, ou a ti, também faltem os momentos de ataraxia em que observamos tudo. As pessoas. OS gestos. As árvores. As folhas. A água a correr. A brisa a tocar-nos levemente. Os c

Good

As coisas vulgares que há na vida Não deixam saudades Só as lembranças que doem Ou fazem sorrir Há gente que fica na história da história da gente e outras de quem nem o nome lembramos ouvir São emoções que dão vida à saudade que trago Aquelas que tive contigo e acabei por perder Há dias que marcam a alma e a vida da gente e aquele em que tu me deixaste não posso esquecer A chuva molhava-me o rosto Gelado e cansado As ruas que a cidade tinha Já eu percorrera Ai... meu choro de moça perdida gritava à cidade que o fogo do amor sob chuva há instantes morrera A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade E eis que ela bate no vidro Trazendo a saudade

mea culpa

Pois que nada que dure, ou que, durando, Valha, neste confuso mundo obramos, E o mesmo útil para nós perdemos Conosco, cedo, cedo. O prazer do momento anteponhamos À absurda cura do futuro, cuja Certeza única é o mal presente Com que o seu bem compramos. Amanhã não existe. Meu somente É o momento, eu só quem existe Neste instante, que pode o derradeiro Ser de quem finjo ser? Ricardo Reis

Apontamento III

Sinto-me impotente ao ver que todos começaram e, eu estou aqui, deitada. Movimento mal ambas as pernas e até os espirros me custam e, no final de tudo, vejo-me sem certas pessoas que gostava que me acompanhassem. Vejo-me sem nada, a poucos dias de poder ver no mar. Já nem isso terei. Será tudo uma questão de desencontros?

O típico?

Já assisti a coisas belas...

(sem qualquer efeito)

de várias formas

Para todos vocês....

Pessoas que só quando algo está para acabar demonstram o que sentem.  Pessoas que viveram tempos e tempos sem dar um abraço e que agora choram por verem partir. Pessoas que só agora aproveitam o que outro tem para dar. Pessoas, que com três meses pela frente, põe já um ponto final. Pessoas, que mais uma vez, não entendem a efemeridade da vida e preferem olhar para o futuro.  Não as consigo entender e, muito menos respeitar.  Peço desculpa, sei que tudo isto poderá não passar de rancor. 

Apontamento II

O dado era lançado repetida e continuamente. Estava viciado. A face não se alterava.  A minha, a tua...Sempre as mesmas.  A tua arrogância. O teu desprezo.  A minha saudade. O meu desejo de cumplicidade.

O prometido é devido, Rosita!

Oh estrela, queres cometa?